uma graçinha...
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
domingo, 28 de fevereiro de 2016
sábado, 27 de fevereiro de 2016
Antes o Vôo da Ave
Antes o vôo
da ave, que passa e não deixa rasto,
Que a
passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa
e esquece, e assim deve ser.
O animal,
onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que
já esteve, o que não serve para nada.
A recordação
é uma traição à Natureza,
Porque a
Natureza de ontem não é Natureza.
O que foi
não é nada, e lembrar é não ver.
Passa, ave,
passa, e ensina-me a passar!
Alberto
Caeiro
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
Porque é que o sol nunca brilha
"Dava todo o meu ouro por um pouco do teu bronze
"Porque tudo conspira contra a minha vontade"
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Improviso do Amor-Perfeito
...
Ai de mim que sobrevivo
sem o coração no peito.
E onde estás, Amor-Perfeito?
sem o coração no peito.
E onde estás, Amor-Perfeito?
Longe, longe... Deus te guarde
sobre o seu lado direito,
como eu te guardava do outro,
noite e dia, Amor-Perfeito.
Cecília Meireles
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
I Didn't Mean It
um som doce, calmo, aprazível...
gosto!
domingo, 21 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Explorar, Imaginar...
E criar, a máxima dos últimos tempos!
uma planificação meticulosa para que o produto fique maravilhoso!
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
Aqui
Aqui, deposta enfim a minha imagem,
Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem,
No interior das coisas canto nua.
Aqui livre sou eu — eco da lua
E dos jardins, os gestos recebidos
E o tumulto dos gestos pressentidos,
Aqui sou eu em tudo quanto amei.
Não por aquilo que só atravessei,
Não pelo meu rumor que só perdi,
Não pelos incertos actos que vivi,
Mas por tudo de quanto ressoei
E em cujo amor de amor me eternizei.
Sophia de Mello Breyner Andresen
"Aqui livre sou eu"
domingo, 14 de fevereiro de 2016
sábado, 13 de fevereiro de 2016
ás vezes apetece...
Um pequeno almoço lindo e saudável!
As panquecas são light, feitas de farinha de trigo integral, iogurte natural, morangos e frutos vermelhos silvestres.
pena não ter tempo... abençoado domingo!!!
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
Decerto são saudades!
O calor, a alegria, o aconchego...
O abraço dos dias infindos!
O abraço dos dias infindos!
duas folhas, simples, de um livro-objecto!
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
En el mar
Descobri, recentemente esta ilustradora, um nome a registar!
En el mar, illustração de Cristina Minguillón
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
a minha biblioteca!
Este ano foi proposto aos alunos que efectuassem uma carta exprimindo sentimentos de amor, ou amizade (sentidos ou idealizados), em prosa ou em verso. As cartas mais originais, e escritas com rigor ortográfico, sintáctico e semântico, serão publicadas em livro, além de expostas na biblioteca e divulgadas no blog, “Mais Livros que Marés”.
estou expectante!
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
domingo, 7 de fevereiro de 2016
sábado, 6 de fevereiro de 2016
E Eu te Beijava
E eu te beijava
sem me dar conta
de que não te dizia:
Oh lábios de cereja!
sem me dar conta
de que não te dizia:
Oh lábios de cereja!
Que grande romântica
eras!
Bebias vinagre às escondidas
de tua avó.
Toda te enfeitaste como um
arbusto de primavera.
E eu estava enamorado
de outra. Vê que pena?
De outra que escrevia
um nome sobre a areia.
eras!
Bebias vinagre às escondidas
de tua avó.
Toda te enfeitaste como um
arbusto de primavera.
E eu estava enamorado
de outra. Vê que pena?
De outra que escrevia
um nome sobre a areia.
Federico García Lorca
"Toda te enfeitaste como um
arbusto de primavera."
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
O Apaixonado
Luas, marfins, instrumentos e rosas,
Traços de Dúrer, lampiões austeros,
Nove algarismos e o cambiante zero,
Devo fingir que existem essas coisas.
Fingir que no passado aconteceram
Persépolis e Roma e que uma areia
Subtil mediu a sorte dessa ameia
Que os séculos de ferro desfizeram.
Devo fingir as armas e a pira
Da epopeia e os pesados mares
Que corroem da terra os vãos pilares.
Devo fingir que há outros. É mentira.
Só tu existes. Minha desventura,
Minha ventura, inesgotável, pura.
Traços de Dúrer, lampiões austeros,
Nove algarismos e o cambiante zero,
Devo fingir que existem essas coisas.
Fingir que no passado aconteceram
Persépolis e Roma e que uma areia
Subtil mediu a sorte dessa ameia
Que os séculos de ferro desfizeram.
Devo fingir as armas e a pira
Da epopeia e os pesados mares
Que corroem da terra os vãos pilares.
Devo fingir que há outros. É mentira.
Só tu existes. Minha desventura,
Minha ventura, inesgotável, pura.
Jorge Luis Borges
só tu existes!
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Canção Amarga
Que importa o gesto não ser bem
o gesto grácil que terias?
— Importa amar, sem ver a quem…
Ser mau ou bom, conforme os dias.
— Importa amar, sem ver a quem…
Ser mau ou bom, conforme os dias.
Agora, tu, só entrevista,
quantas imagens me trouxeste!
Mas é preciso que eu resista
e não acorde um sonho agreste.
quantas imagens me trouxeste!
Mas é preciso que eu resista
e não acorde um sonho agreste.
Que passes tu! Por mim, bem sei
que hei-de aceitar o que vier,
pois tarde ou cedo deverei
de sonho e pasmo apodrecer.
que hei-de aceitar o que vier,
pois tarde ou cedo deverei
de sonho e pasmo apodrecer.
Que importa o gesto não ser bem
o gesto grácil que terias?
— Importa amar, sem ver a quem…
Ser infeliz, todos os dias!
o gesto grácil que terias?
— Importa amar, sem ver a quem…
Ser infeliz, todos os dias!
David Mourão-Ferreira
Importa amar...
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
Urgentemente
É urgente o amor
É urgente um barco no mar
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
Mês dos afectos... Fevereiro!
Os Amigos
Voltar ali onde
A verde rebentação da vaga
A espuma o nevoeiro o horizonte a praia
Guardam intacta a impetuosa
Juventude antiga -
Mas como sem os amigos
Sem a partilha o abraço a comunhão
Respirar o cheiro a alga da maresia
E colher a estrela do mar em minha mão
Sophia de Mello Breyner Andresen
A verde rebentação da vaga
A espuma o nevoeiro o horizonte a praia
Guardam intacta a impetuosa
Juventude antiga -
Mas como sem os amigos
Sem a partilha o abraço a comunhão
Respirar o cheiro a alga da maresia
E colher a estrela do mar em minha mão
Sophia de Mello Breyner Andresen
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
Algumas Proposições com Crianças
A criança está completamente imersa na infância
a criança não sabe que há-de fazer da infância
a criança coincide com a infância
a criança deixa-se invadir pela infância como pelo sono
deixa cair a cabeça e voga na infância
a criança mergulha na infância como no mar
a infância é o elemento da criança como a água
é o elemento próprio do peixe
a criança não sabe que pertence à terra
a sabedoria da criança é não saber que morre
a criança morre na adolescência
Se foste criança diz-me a cor do teu país
Eu te digo que o meu era da cor do bibe
e tinha o tamanho de um pau de giz
Naquele tempo tudo acontecia pela primeira vez
Ainda hoje trago os cheiros no nariz
Senhor que a minha vida seja permitir a infância
embora nunca mais eu saiba como ela se diz
a criança não sabe que há-de fazer da infância
a criança coincide com a infância
a criança deixa-se invadir pela infância como pelo sono
deixa cair a cabeça e voga na infância
a criança mergulha na infância como no mar
a infância é o elemento da criança como a água
é o elemento próprio do peixe
a criança não sabe que pertence à terra
a sabedoria da criança é não saber que morre
a criança morre na adolescência
Se foste criança diz-me a cor do teu país
Eu te digo que o meu era da cor do bibe
e tinha o tamanho de um pau de giz
Naquele tempo tudo acontecia pela primeira vez
Ainda hoje trago os cheiros no nariz
Senhor que a minha vida seja permitir a infância
embora nunca mais eu saiba como ela se diz
Encontrei, por acaso, este poema maravilhoso do Ruy Belo
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