para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a
desgasta
Sou pólen sem insecto
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Existo onde me
desconheço
aguardando pelo meu
passado
ansiando a esperança do
futuro
No mundo que combato
morro
no mundo por que luto
nasço
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas”
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