Vestiu-se
para um baile que não há.
Sentou-se
com suas últimas jóias.
E olha
para o lado, imóvel.
Está vendo
os salões que se acabaram,
embala-se
em valsas que não dançou,
levemente
sorri para um homem.
O homem
que não existiu.
Se alguém
lhe disser que sonha,
levantará
com desdém o arco das sobrancelhas,
Pois
jamais se viveu com tanta plenitude.
Mas para
falar de sua vida
tem de
abaixar as quase infantis pestanas,
e esperar
que se apaguem duas infinitas lágrimas.
Cecília Meireles
Anna Razumovska
um poema, particularmente, bonito... um traço notável!
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