"Diz José Saramago que aos livros,
há que abri-los com cuidado, porque têm dentro o autor, com toda a sua
sensibilidade, com tudo o que o fez ser único e irrepetível. Diz que há que
passar a ponta dos dedos pelas lombadas dos livros comum gesto cúmplice,
dizer-lhes, aos escritores, que não estão esquecidos e demonstrá-lo voltando a
eles, hoje um livro, amanhã outro, para que não desesperem enquanto nos
aguardam e nos chamam. Esta biblioteca tem gente nas estantes e Saramago
pensava passar com ela muito tempo, vir aqui para ler e conversar com os seus
contemporâneos ou com os que os haviam precedido.
os livros escritos por mulheres estão juntos e por
ordem alfabética. A organização dos livros baseia-se em critérios pessoais.
Assim, e embora a Literatura seja universal, os livros estão colocados pelos
países de origem dos autores.
...
Na biblioteca José Saramago
recebeu os seus amigos. Quando recuperou da doença que em 2007 esteve a ponto
de acabar com a sua vida, o primeiro acto público que organizou foi convidar
María Kodama para que falasse de Borges em Lanzarote. A memória de Borges é
predominante na biblioteca porque Jorge Luis Borges, com Pessoa e Kafka, eram
para Saramago os escritores imprescindíveis do século XX. Mais tarde,por aqui
passaram outros companheiros de letras e deixaram as suas palavras. Estão
contidas neste espaço, se é verdadeira essa lei que diz que nada se perde"
"Esta biblioteca não nasceu para guardar livros, mas sim para acolher pessoas."
Saramago
tantas emoções!
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