domingo, 26 de fevereiro de 2012

É tarde!



Lenço alvo... acena
Na cena da despedida
Lírio do campo
Minha alma açucena
Toda vestida de branco
Por ti
Pudesse eu juntar-te rosas...
Às tuas orquídeas e frésias...
É ainda Primavera!
Dou-te um cravo vermelho
Colhido na minha cidade.
É tarde!
Não vai chegar a tempo...
Não ouvirás falar de mim
Encarnado na resistência
Entre fragas e falésias...
Poeta menor, assim.
De génio e claridade
É a tua poesia
Minha alma açucena
Toda vestida de branco
Por ti
Eugénio de Andrade 

Sem comentários:

Enviar um comentário